O consumo consciente vem despertando cada vez mais mentes e corações, seja na indústria alimentícia, na área da saúde ou no mundo da moda. A partir do momento que começamos a refletir sobre nossos costumes, abre-se um mundo de alternativas e novas formas de consumo... o slow fashion é uma delas.
Slow fashion, ao contrário do tão conhecido fast fashion, é a forma consciente de consumir moda, prezando sempre por processos éticos, sociais e ambientais.
O fato é que a indústria da moda é a segunda maior poluidora do mundo, responsável por colocar em perigo alguns de nossos recursos naturais, em processos destrutivos (como na produção de fibras e tingimento, por exemplo), causando diversos problemas sociais e ambientais. Isso sem falar no mais grave de tudo: o trabalho escravo.
Nossos artesãos fazendo lenços em tie dye artesanalmente
Para o produtor, o slow fahion é a ligação direta entre quem produz e quem consome, é a qualidade e não a quantidade. É acompanhar todos os processos, criando peças que não só vestem, mas também contam histórias, que envolvem culturas e referências. É a valorização da mão-de-obra, o cuidado com o que se faz com as mãos, a energia e o tempo gasto no desenvolvimento do produto. A escolha criteriosa de materiais feitos para durar. É a estética somada à habilidades manuais específicas de cada produtor. Assim, peças com valores reais não perdem espaço com a mudança de estações e novas tendências.
Para o consumidor, o slow fashion é o não consumismo, ou baixo consumismo. O consumidor que adere ao slow fashion conscientemente opta por comprar menos, mas comprar roupas e acessórios de alta durabilidade. Ao invés de comprar 3 bolsas em materiais não duráveis por ano (como PU e PVC), opta-se por peças em couro natural, que dura anos. Ao invés de comprar 5 blusas baratas em uma rede de fast fashion, que não durarão mais do que algumas lavagens, opta-se por 2 blusas feitas em material de maior durabilidade.
Bordado Happee feito cuidadosamente à mão, um processo que leva meses.
É com essa consciência que nós nos preocupamos em seguir sempre o caminho mais justo e limpo possível, afinal, seja produtor ou consumidor, todos merecemos boas condições de vida.
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Leticia Sales
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